21 de agosto de 2009

Resumo da viagem

Nunca tinha ouvido falar sobre o Projeto Trilhas Potiguares. De malas prontas entrei no ônibus com destino à cidade de Várzea deixando para trás a minha rotina e preparada para passar a semana mais emocionante da minha vida.

Ao chegar lá, retiramos nossas malas do ônibus e ficamos esperando na Secretaria de Assistência Social. Como assim, a gente ainda não tinha lugar para ficar? Esperamos, esperamos e esperamos. De repente, a secretária Suzanne nos levou para uma casa num primeiro andar que ficava em cima de uma barraca de peixes. Subimos as escadas com uma mão segurando as malas e a outra tapando o nariz. Passamos o resto do dia sentindo aquele cheiro insuportável. Por sorte, a feira só fica aberta até o meio dia.

Fomos cobrir alguns eventos pela manhã e em uma folguinha, corremos para o Rio Joca. No meio do caminho, ouvimos um carro de som anunciando as oficinas que haveria no dia. Fiquei emocionada, porque aquele texto que o locutor estava lendo era meu! Continuamos seguindo em direção ao rio. Mesmo com o tempo nublado, as fotos renderam boas gargalhadas. Alguns meninos brincavam na beira do rio e ficaram conversando conosco. Servi de modelo enquanto Juliana ensinava alguns deles a fotografarem. Bastou isso para que os meninos ficassem fascinados pelo mundo por trás das câmeras.

Na quarta-feira, o pessoal que iria falar sobre Direitos fundamentais das crianças teve uma idéia. Contar a história da “Cigarra e da formiga” fazendo uma peça de teatro. Começamos a construir as fantasias praticamente do nada! O material era extremamente escasso, mas a vontade de fazer acontecer fez milagres. As fantasias ficaram lindas e o interessante é que todos ajudavam. Em todas as oficinas havia o dedinho de cada um. Tanto na apresentação, como na preparação ou até mesmo no apoio moral, estavam todos presentes.

Na sexta-feira, recebemos uma notícia que deixou todos muito tristes. Ligaram da UFRN dizendo que nós teríamos que regressar no dia seguinte pela manhã. Todo mundo ficou revoltado, pois no sábado à noite ainda teríamos o evento de encerramento e nós havíamos mobilizado a cidade toda para isso. Cogitamos até a possibilidade de voltarmos depois por conta própria, mas o professor Hélcio conseguiu argumentar e convencer os organizadores do projeto de que nós deveríamos ficar mais um dia.

No sábado, passamos o dia inteiro agilizando a noite de talentos. Para nossa surpresa, a escola estava lotada. Todo mundo queria prestigiar a nossa festa! Para abrir a programação da noite, exibimos o vídeo editado pela fotodocumentarista Juliana Cortês, onde continha as fotos que fizemos nessa semana que passamos na cidade.

No domingo de manhã, o clima era só de tristeza por saber que tudo tinha chegado ao fim. Como a semana passou rápido! Saímos de Várzea como o filho que deixa a mãe no interior e vai para a cidade grande... Cheios de saudades! Creio que muito do que eu já disse acima pôde refletir aquilo que aprendi nesses dias. Profissionalmente falando, me senti como repórter. Investiguei, corri atrás de informações, escrevi e principalmente, tirei muitas fotos. Socialmente falando, foi importante entrar em contato com pessoas que não fazem parte do meu nível social. Pessoas que muitas vezes não estudaram, mas têm muita experiência para contar. Acredito que essa experiência vai ficar marcada para sempre! Espero que essa seja a primeira de muitas Trilhas potiguares.

Bárbara Góes

1 comentários:

Eu amo a E.Y. disse...

POxa, deve ter sido muito legal como experiência. Meus parabéns! Tomara que ações como essa se repitam mais vezes.

beijos!